Tuesday, August 5, 2014

de volta a Tokyo

fred tem uma teoria de que o último hotel da viagem tem que ser o melhor. este hotel tem duas camas de solteiro, juntas, fazendo uma cama quase king. o banheiro tem chuveiro, e não banheira, é o dobro dos banheiros que a gente já viu no japão em qualquer viagem, e o vaso sanitário é separado por uma portinha. agora, o lance do banheiro é que ele tem uma imensa janela de vidro e uma cortininha. ou seja, se o freguês for exibicionista, tá com o prato cheio, pq na frente tá um shopping. mas como nós somos gaijins com pudor, fechamos a cortininha.
tem também uma chaise massageadora. fred disse que vai casar com ela. eu disse que se ele levar a cadeira pro brasil, eu caso com ela também.


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viciei num sanduichim mequetrefe que vende em qualquer kombini: salada de ovo com atum. a salvação da fominha.
é um pãozinho de fôrma tipo brasileiro, sem casca, onde um triângulo é salada de ovo e o outro é pastinha de atum. dilicinha.



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hip hip hurra para este hotel: não tem saco de arroz como travesseiro! é daqueles inteiros, viscoelásticos. mas o meu travesseiro veio na mochila, que eu não me arrisco nunca mais.


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bom dia, sakuras do dia. são sete e meia da manhã, é mais um dia lindo em tóquio. a neve velha que se acumulava, suja, nas calçadas, derreteu quase totalmente. programação do dia: voltar a odaiba para ver um museu de grandes novidades.
este hotel fica numa galeria do lado do metrô de akihabara. tem uma starbucks no térreo, um family mart bem marromeninho. neste mesmo prédio tem uma uniqlo, a C&A japa. fred tá dormindo. daqui a pouco vou papar minha gelatina matinal.

esqueci de contar que na última noite de Kyoto, depois de voltar de Gion (a gente não viu show de gueixa pq era caro demais), paramos num PUB IRLANDÊS que ficava perto do hotel. Man in the Moon. Eu achava que era Man ON the moon, tipo astronauta, mas não é. É o homem da lua, como a gente vê o são Jorge, eles vêem o rosto de um homem. Lá, o fred comeu o hambúrguer mais maravilhoso da vida dele, e acho que foi o maior, também. ele tomou uma guiness, eu comi fish and chips e bebi um shirley temple. tomei um golão da guiness e confirmei que na outra vida, definitivamente, não fui irlandesa. detestei. achei que tinha gosto de shoyo!

agora pensem nisso: eu tou no japão e vou num pub irlandês onde tá passando futebol. o mundo é muito, muito, muito doido.



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eu vejo muitas mães carregando bebês em cangurus, mas não em slings. e no frio, os cangurus têm uma mantinha, então parece que a mãe está carregando uma mochila na frente do corpo, e não um bebê

vi muitas famílias jovens, pai, mãe e criança. vi pais carregando bebês no canguru, também. e, na estação de kyoto, vi um pai e uma menininha brincando de boneca enquanto esperavam o horário do trem.
 



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no mapa-múndi, o japão tá no meio. tudo na vida é uma convenção, né? eu gostei.


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acabamos de chegar do Miraikan, e gente, fred disse que foi uma das vezes que me viu mais feliz no japão. as outras foram com o panda, os cat cafés e as águas vivas.

a gente entrou numa estação espacial (tá, só numa parte dela) que ainda por cima tinha o piso inclinado, o que dava a sensação de não estar bem na terra; além disso, entrei num micro submarino e apertei um monte de botões que não fizeram nada. passeamos por diversas experiências e por uma ala que me lembrou muito o Ricardo Bittencourt, onde uma exposição perguntava 2+2 pode ser diferente de 4? usos inovadores da matemática. lá dentro, alguns totens pediam a solução de problemas usando matemática: como descobrir que sintomas aleatórios são na verdade uma doença nova e como evitar que ela se espalhe. me lembrou muito numbers.
havia muitas crianças e pré-adolescentes. o robô asimo tb tava lá, mas a gente perdeu a apresentação.
não sei se vcs viram um episódio dos simpsons onde bart e o menino nerd criam uma foquinha-robô e levam para o asilo onde o vovô simpson mora, para ela servir como companhia pros velhinhos. pois a tal foca-robô existe e responde a estímulos. e ainda chupa chupeta. eu quase morri.
o globo fica girando lá no alto, com os continentes aparecendo, desaparecendo. é como a maior disco ball do mundo. eu olhava para cima e ria, ria, ria...
algumas experiências óticas, outras interativas. uma imensa mesa-monitor mostrava como o mundo vai se comportar nos próximos anos (ecologia, chuva, rios, florestas, emissão de carbono...) a mesa é interativa, é só pegar o símbolo do lado (parece um gigantesco carimbo) e colocar no lugar indicado. meio apocalíptica demais, sabe. o mundo tá se acabando, cuidem da natureza, o homem é maui e quebra o ciclo perfeito da vida. esse é o lado granola do museu. no outro lado, ele faz a propaganda da energia nuclear, comparando o que resta de combustível fóssil para ser usado e o grande poder da fusão nuclear.
tão tá.
mas é um museu enorme, onde eu passaria um dia inteiro sem sentir. mas o fred ficou com fome, cansado, com dor no pé e nó na tripa, e voltamos para o hotel.


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eu já falei mais de mil vezes da maravilha que é a gelatina, e ainda não disse que ela vem com uma pazinha para comer, tipo uma pazinha de plástico das de tomar sorvete. e não disse que essa pazinha é horrível. ela não segura a gelatina, que cai, suja a mesa, suja a minha roupa. mas como eu não sou quadrada e sei me virar, comprei colherinha de plástico, tipo essas de festa (aqui vende em embalagem de 6) e tou comendo minha gelatininha com colherinha. que eu não sou besta.eu já falei mais de mil vezes da maravilha que é a gelatina, e ainda não disse que ela vem com uma pazinha para comer, tipo uma pazinha de plástico das de tomar sorvete. e não disse que essa pazinha é horrível. ela não segura a gelatina, que cai, suja a mesa, suja a minha roupa. mas como eu não sou quadrada e sei me virar, comprei colherinha de plástico, tipo essas de festa (aqui vende em embalagem de 6) e tou comendo minha gelatininha com colherinha. que eu não sou besta.




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outra coisa: aqui tem muito produto voltado para quem mora sozinho. então, você pode comprar um copo de cubos de gelo, ao invés de um saco.


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e toca o tema da vitória!!! consegui arrumar as malas e coube tudo, apesar de fred ter comprado um Cruzador Yamato que me tomou metade de uma mala grande! passei três horas arrumando e desarrumando mala, mas tudo coube! TUDOOOOOOO!!!!


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lembrei duma coisa: em kyoto, no caminho da estação, a gente viu um grupo de senhores, jovens e mocinhas, todos muito arrumados (uns de terno, outros de roupa de frio), com coletes de identificação, limpando um trecho da calçada com enormes pegadores em dorma de hashi. não usavam pá nem vassoura. eu perguntei ao fred se era pena alternativa para algum delito e ele disse que não achava, que parercia um lance voluntário de alguma empresa.


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com o fim do xogunato tokugawa, devido à ocidentalização do japão causada pela pressão norte-americana para a abertura do país para o mundo ocidental, começou a era meiji. o japão consumiu como louco a cultura ocidental, principalmente a britânica e francesa. um mundo se acabou e outro começou. não tem mais xogun, não tem mais samurai. entram as armas de fogo, os prédios de tijolos e os trajes ocidentais. Edo muda de nome, passa a se chamar Tóquio - a capital do leste. antes, a capital era Kyoto.

este é o prédio do primeiro banco do japão. Ana Paula Medeiros, Claudio Luiz, a base é um prédio ocidental, o telhado é japonês. e é impressionante como o conjunto é harmonioso.


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  o tema desta viagem é gelatina. comprei sais de banho, misturei na banheira e pronto: a cor da água parece gelatina de limão. e era um envelopinho de sais de banho com aroma cítrico


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 a gente tava andando naquele vento frio de gelar bochechas e narizes, o rio Sumida ali perto, um shopping do tamanho do mundo e um caminho lindo e largo com estátuas e florzinhas e postes-para-cachorro-fazer-xixi e eu olho e tava tocando beatles com uma japa cantando em inglês em ritmo de bossa nova. era surreal demais. deu vontade de sair correndo e jogar o gorrinho para cima ingual Mary Tyler Moore. quase ninguém na rua, não dá para acreditar que esta é a cidade com maior densidade demográfica do mundo)

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